domingo, 30 de janeiro de 2011

O castelo de areia (Texto de Autor Desconhecido)

Num dia de verão, estava na praia observando duas crianças brincando na areia. Elas trabalhavam muito, construindo um castelo de areia, com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam quase acabando, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma.

Achei que depois de tanto esforço e cuidado, as crianças cairiam no choro, mas tive uma surpresa. Em vez de chorar, correram pela praia fugindo da água, rindo de mãos dadas e começaram a construir outro castelo.

*** *** ***

Compreendi que havia aprendido uma grande lição: gastamos muito tempo da nossa vida construindo alguma coisa e, mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir o que levamos tanto tempo para construir. Mas quando isso acontecer (e aqui eu digo, se isso acontecer), somente aqueles que têm a mão de alguém pra segurar, serão capaz de sorrir!!!

Só o que permanece é a amizade, o amor e o carinho. O resto... é feito de areia!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A arte de Kseniya Simonova

A arte talvez seja o maior exemplo de como o ser racional se diferencia dos demais seres. Vou mais além, creio que a arte é a representação da essência humana, a arte nos dá a esperança de que temos sim uma alma, um espírito. Ou seja, algo tão belo só pode ser um sinal de que um ser superior olha por nós, mas isso vale apenas àqueles que aceitam tal propósito.

Kseniya Simonova é uma artista ucraniana que ganhou destaque ao desenhar na areia durante o programa "America's Got Talent". Ela usa uma caixa de luz gigante, música dramática, imaginação e suas habilidades em desenhar com areia para interpretar a invasão e ocupação da Ucrânia pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial.

As cenas em que esta jovem demonstra todo seu talento dispensam palavras. Vale a pena ver, ouvir e sentir...


Parabéns São Paulo, a cidade de todos nós.

Em 1988 ou 1989, não me recordo bem, a rede Globo transmitiu uma minissérie chamada Sampa. Minissérie estrelada por Cássio Gabus Mendes. Naquela época já se podia perceber quão agitada era a vida dos paulistanos. Mas voltemos um pouco mais no tempo e através da bela música de Caetano torna-se evidente que o tempo passa, mas São Paulo continua igual, sempre fora uma cidade repleta de atrativos para pessoas de todas as idades, raças e classes sócias.

Migrantes nordestinos ou mesmo de outras regiões do país, imigrantes de diversas nações, todos procuram um lugar ao sol e de uma maneira ou de outra, São Paulo os ajuda a encontrarem o que procuram. Claro, nem todos conseguem, mas para muitos esta terra é melhor que a terra de origem. Oportunidades, diversidades, sonhos realizados ou simplesmente o amor incondicional em relação a esta cidade. Não se consegue explicar a relação do povo com São Paulo. Creio que quem bebe desta água jamais a esquecerá.

A mais rica, a mais procurada, por todos é invejada, talvez não todos, mas por muitos. São Paulo é e sempre será a cidade mais importante do Brasil. São Paulo do carnaval, da fórmula 1, das baladas intermináveis, das cantinas tradicionais, dos belos restaurantes, belos teatros, grandes e luxuosos shoppings, dos botecos, somos um pólo de desenvolvimento. Hospitais modernos, grandes universidades públicas e particulares. Encontra-se de tudo por aqui. Vivamos a “Paulicéia Desvairada” de Mário de Andrade. Enfrentemos a paranóia de “Sampa”.

Mas, como nem tudo que reluz é ouro, São Paulo tem seus defeitos, e são muitos. A falta de segurança pública é uma delas, saúde pública deficitária e a pobreza extrema em alguns bairros fazem com que continuemos na luta por uma São Paulo mais digna e justa. Apesar de todas as mazelas a que nossa aniversariante é submetida, só há uma coisa para dizer: “Alguma coisa acontece no meu coração”. Nada como utilizar as palavras de um grande poeta da música, alguém que soube definir com maestria todo o seu amor pela. Parabéns São Paulo!!!

sábado, 22 de janeiro de 2011

“Lula, o filho do Brasil” está fora do Oscar

"A Suprema Felicidade", "Antes Que o Mundo Acabe", "As Melhores Coisas do Mundo", "Bróder", "Carregadoras de Sonhos", "Cabeça a Prêmio", "Cinco Vezes Favela - Agora Por Nós Mesmos", "Chico Xavier", "É Proibido Fumar", "Em Teu Nome", "Hotel Atlântico", "Nosso Lar", "O Bem Amado", "O Grão", "Olhos Azuis", "Os Inquilinos", "Os Famosos e os Duendes da Morte", "Ouro Negro", "Quincas Berro D’água", "Reflexões de um Liquidificador", "Sonhos Roubados" e "Utopia e Barbárie".

Todos os filmes citados no parágrafo acima, increveram-se, além de “Lula”, em busca de uma vaga para a disputa do Oscar 2011. Filmes que não fogem à média do cinema nacional. Mas nem por isso são piores que “Lula, o filho do Brasil”. Alguns por sinal são bem melhores. Cito três: “As Melhores Coisas do Mundo”, “Cinco vezes Favela” e “Os Famosos e Duendes da Morte”.

Esses três filmes têm a prerrogativa de inovar, buscar alternativas para o combalido cinema nacional, pois, não nos enganemos, estamos a anos luz de escolas como a argentina, a espanhola, a coreana, a alemã e até a escola italiana está a nossa frente. Não convém mencionar o cinema francês que, apesar de estagnado, está muito, muito a frente do cinema brasileiro.

Porém, o foco em questão é outro, sabe-se que nenhum desses filmes nacionais teria condições de ganhar uma estatueta. Sendo a produção menos qualificada, muitos ficaram surpresos com a escolha de “Lula”, só não ficaram abismados os seus admiradores. Admiradores que trabalharam muito no intuito de convencer a população sobre a escolha do filme, haja vista a profusão de blogs trabalhando nesse sentido.

A responsável pela indicação foi a Academia Brasileira de Cinema. Não é ético criticar a indicação, mas a comissão que escolheu a produção de Fábio Barreto foi formada por membros indicados pelo Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Agência Nacional de Cinema do Brasil e também da própria Academia Brasileira de Cinema.

O Brasil não figura entre os nove finalistas desde 2007 e dessa vez não foi diferente. Os nove pré-selecionados são os seguintes: ”Fora da Lei”, de Rachid Bouchareb (Argélia); "Incendies", de Denis Villeneuve (Canadá); “Em um Mundo Melhor”, de Susanne Bier (Dinamarca); "Dente Canino", de Yorgos Lanthimos (Grécia); "Kokuhako", de Tetsuya Nakashima (Japão); “Biutiful”, de Alejandro González Iñárritu (México); "Life, Above All", de Oliver Schmitz (África do Sul); “Tambien La Lluvia”, de Iciar Bolain (Espanha); e "Simple Simon", de Andreas Ohlman (Suécia). Não dava para concorrer em pé de igualdade, concordam?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As quatro velas (Texto de Autor Desconhecido)

Quatro velas estavam queimando ruidosamente, calmamente. O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo que travavam:

A primeira vela disse:

- Eu sou a Paz !
Apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar.
E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente.


A segunda vela disse:

- Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de mim.
Não faz sentido continuar queimando.
Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.

Baixinho e triste a terceira vela se manifestou:

- Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam. E sem esperar apagou-se.

De repente... entrou uma criança e viu as três velas apagadas.

- Que é isto? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.
Dizendo isso começou a chorar.

Então a quarta vela falou:

- Não tenha medo criança. Enquanto eu queimar, podemos acender as outras velas. Eu sou a Esperança.

A criança com os olhos brilhantes, pegou a vela que restava e acendeu todas as outras...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Seu Jorge, um artista completo

Jorge Mário da Silva (Belford Roxo, 8 de junho, de 1970) conhecido artisticamente como Seu Jorge, é um ator, cantor e compositor brasileiro de MPB, de samba e soul. Em virtude de uma infância dura, começou a trabalhar cedo, aos dez anos de idade. Porém as várias ocupações de seu currículo não cessaram sua vontade de ingressar na carreira artística. Já na adolescência, frequentava as rodas de samba, acompanhava o pai e os irmãos em baile funck e bailes charme da periferia, e cedo começou a se profissionalizar cantando na noite.

Em razão da morte de seu irmão Vitório em uma chacina, a família foi levada à desestruturação, e Seu Jorge acabou virando sem-teto por cerca de três anos. A nova virada se deu quando o clarinetista Paulo Moura o convidou para fazer um teste para um musical de teatro. Foi aprovado e acabou participando de mais de 20 espetáculos com o Teatro da Universidade do Rio de Janeiro, como cantor e ator.

Participou da formação da banda Farofa Carioca, que lançou seu primeiro CD em 1998 com uma competente mistura da ritmos negros de várias partes do mundo, como samba, reggae, jongo, funk e rap. Seu Jorge teve sua carreira engrenada e passou a participar de vários projetos, como um disco de tributo a Tim Maia e a participação em estúdio e na turnê da banda brasileira Planet Hemp, em 2000. Seu Jorge é primo do sambista Dudu Nobre. Ganhou o apelido do amigo Marcelo Yuka.

Seu Jorge possui uma discografia e uma filmografia invejáveis, alavancadas a partir de 2001. Com um repertório impar Seu Jorge resgatou o swing brasileiro. Creio que nenhum artista se houve com tanta expressão desde Jorge Ben, hoje é Jorge Ben Jor. Ótimas canções, ótimas atuações como ator. Seu Jorge nasce para o cenário nacional como um grande nome. O Brasil estava precisando se oxigenizar, visto que os grandes nomes das artes aqui no em nosso país têm mais de cinqüenta anos.

Tomei a liberdade de postar um vídeo e a letra de Burguezinha, uma canção que exprime todo o talento deste grande artista.

Burguesinha

Composição: Seu Jorge / Gabriel Moura / Pretinho da Serrinha

Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista

Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista

Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia

Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada

Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Suquinho de maçã






Fontes: wikipédia, vagalume, you tube

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tragédias anunciadas.



O mês de janeiro de 2011 entrará para a história. Ficará marcado na mente dos brasileiros por um bom tempo. Chuvas torrenciais, deslizamentos e inundações são fenômenos naturais. Quando a natureza assim o quer, não há como evitá-los. Neste caso não se pode lutar contra, é assim no hemisfério norte, com seus terremotos, tufões, furacões, ciclones, vulcões e tsunamis; o mesmo acontece conosco aqui pelos lados mais próximos da Antártica, com nomes diferentes em alguns casos, mas as conseqüências são basicamente as mesmas. Claro, não há no lado sul do globo a mesma gama de fenômenos.

Todavia, as causas podem ser basicamente as mesmas, mas as conseqüências, corrigindo o parágrafo anterior; Humm! Quanta diferença! Tirando-se a Austrália e a Nova Zelândia, que figuram entre as nações de primeiro mundo, os demais países do hemisfério sul não dispõem de infra-estrutura para suportarem tais fenômenos. Obviamente muitos fenômenos ocorridos no eixo norte do globo, especialmente nos países ricos, culminam em catástrofes gigantescas. Mas, no bater dos ovos, a nossa omelete sai diferente.

Analisando-se especificamente o caso brasileiro, há uma certeza, nunca nos foi dada a devida atenção. Durante décadas nossos governantes viveram de promessas, e vivem até hoje. É o famoso me engana que eu gosto. O pior de tudo, é que o povo se acostumou com as falsas promessas. Lamentável para nós, mais lamentável, ainda, para as famílias que sucumbiram diante do caos. A nossa presidenta bem que tentou se explicar em entrevista coletiva. Não há uma explicação plausível. No ano passado ocorreram deslizamentos, de lá para cá os prefeitos e o governadores do Rio e de São Paulo tiveram um ano para tomarem algumas precauções, mas o que vimos foi gente tentando a reeleição e alguns confiando em São Pedro, como argumentou o prefeito de São Paulo, o nosso querido Gilberto Kassab.

Que os políticos pensem em se eleger, tudo bem, nada contra, o que não pode haver em hipótese alguma é a paralisação da maquina pública, o descaso com os serviços prestados ao povo. Sabe-se que o governo federal não foi capaz de enviar as verbas que seriam destinadas às obras de contenção, obras que poderiam ter salvado muitas vidas. Vidas inocentes, crianças, jovens, adultos e idosos. Porém, acho que podemos desculpar o nosso ex-presidente, afinal ele estava em franca campanha eleitoral e ao mesmo tempo viajava incessantemente ao redor do mundo com o intuito de popularizar-se entre os gringos. Em terras paulistas pode-se dizer o mesmo, Serra ávido por se eleger pensou em obras que chamassem atenção do eleitorado e deixou de dar continuidade às obras que Alkimin fizera antes, foi um erro fatal. Refiro-me ao rio Tietê.

Políticos à parte, ao povo também deve ser dada a mea culpa, afinal quem elege políticos é o povo. Mas não quero refletir sobre eleição, quero sim denunciar a falta de respeito que o brasileiro tem para com seus semelhantes. Para quem não entendeu o que expresso; O lixo, sim o lixo. Uma questão problemática em nossa sociedade, em locais que não há coleta de lixo até se pode entender, mas, em são Paulo, principalmente, o lixo é coletado três vezes por semana. Não há desculpa, é uma questão de educação e amor pela cidade em que se vive.

Há de se ressaltar o trabalho dos policiais, bombeiros, voluntários e jornalistas. Bombeiros que muitas vezes põem a sua própria vida em segundo plano. Policiais que em todas as situações de emergência nunca se furtam ao auxílio. Voluntários que em muitos casos, mesmo se tratando de alguém que perdeu bens materiais e até familiares, se prestam a ajudar nos socorros. Os jornalistas estão fazendo um trabalho que para muitos pareça sensacionalista, devido às imagens mostradas ao público, imagens chocantes, muito fortes. Mas esse modelo de informação é necessário, principalmente, porque nos serve de alerta, nos abre os olhos.

Entretanto, como não poderia deixar de ser, em qualquer setor de atividade há aqueles que perdem o time sobre a maneira correta de agir, em certos momentos eles não sabem discernir. Lamentavelmente isso está acontecendo com José Simão; Buemba! Amy vai beber algo inédito: água de enchente! Depois falam que SP não tem mar... MARginal Tietê! É o projeto Boia São Paulo. O Kassab deveria chamar Peskab... Um amigo do Simão se salvou da enchente porque estava transando com uma boneca inflável! – Algumas frases infelizes de Simão. Enquanto alguns padecem, outros ganham dinheiro, é jeitinho brasileiro de ser.

Para aqueles que acreditam em Deus ou em algo superior resta à fé para superar um momento como este, e para aqueles que não acreditam em nada, apeguem-se a racionalidade para prosseguir em frente, pois, independentemente de credo ou agnosticismo a vida continua e o Brasil precisa de todos nós.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ah, se...

Há muito tempo não imaginávamos a maior nação do mundo governada por um presidente negro. Para nós brasileiros, estava fora de cogitação, presenciar, cá em terras tupiniquins, uma mulher tomando as rédeas da nação. Jamais imaginamos que pudéssemos assistir a um espetáculo de horror, e ao vivo, através das redes de TV de todo o mundo. Espetáculo conhecido por todos como o “11 de setembro”.

Ah, se os americanos não tivessem elegido o George W. Bush! Bem, os conservadores diriam que os Estados Unidos da América estariam livres de Barack Obama, já os mais progressistas argumentariam que a América teria sim um presidente negro, pois, sendo eles a maior democracia do mundo este processo é legítimo e mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer.

É bom que se saiba que o mesmo raciocínio vale para o Brasil em relação a nossa presidenta, a eleição de uma mulher era apenas uma questão de tempo e será extremamente salutar para a democracia brasileira a eleição de um negro ou de uma negra para a presidência.

Ah, se os americanos não fossem tão intrometidos na vida alheia, talvez não perdessem as torres gêmeas naquele fatídico dia. Essa é uma questão em que todos têm uma opinião formada, mas acredito que a razão não acompanha nenhum dos lados envolvidos.

Há uma máxima no futebol na qual se afirma que o “se”, aquela palavrinha do condicional, não ganha jogo. O “se” não joga. Realmente o “se” não joga, o “se” não faz nada, esta palavra apenas condiciona, levanta uma hipótese. Portanto, devemos tomar cuidado com o condicional, devemos nos acostumar com a objetividade dos fatos acontecidos, no passado e no presente. Mas se...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto.

Matéria da Folha de São Paulo, levada a público no Domingo, 09 de janeiro de 2011, traz a notícia afirmando que Dilma fez mudanças no gabinete presidencial. A principal, claro, é a retirada de símbolos religiosos do gabinete. Normal, ainda mais se levado em consideração o fato de o Brasil ser uma nação de estado laico.

O laicismo é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado. Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado.

Esta corrente surge a partir dos abusos que foram cometidos pela intromissão de correntes religiosas na política das nações e nas Universidades pós-medievais. A afirmação de Max Weber de que "Deus é um tipo ideal criado pelo próprio homem", demonstra a ânsia por deixar de lado a forte influência religiosa percebida na Idade Média, em busca do fortalecimento de um Estado laico. O laicismo teve seu auge no fim do século XIX e no início do século XX.

A palavra laico é um adjetivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas. Politicamente podemos dividir os países em duas categorias, os laicos e não laicos, em que nos países politicamente laicos a religião não interfere diretamente na política, como é o caso dos países ocidentais em geral. Países não laicos são teocráticos, e a religião tem papel ativo na política e até mesmo constituição, como é o caso do Irã e do Vaticano, entre outros.

Portanto, os estados laicos se contrapõem aos teocráticos. Estados teocráticos têm suas ações pautadas em religiões seguidas pela maioria da população e impostas aos demais cidadãos. Entretanto, estado teocrático e democracia não combinam. Todo cidadão tem o direito de seguir a religião que melhor lhe convier e também tem o direito de não seguir à religião nenhuma.

Talvez apareçam algumas críticas a presidenta, críticas em razão de ela ter-se declarado católica; algo não verídico, pois, foi notório o episódio em que ela não sabia nem fazer o sinal da cruz durante uma missa. Mas, isso não vem ao caso, o que realmente importa em toda essa história é ela negar suas opções e convicções devido a uma disputa eleitoral. Os eleitores que votaram nela, não mudariam seu voto em hipótese alguma. Estavam fechados com ela, a vitória seria certa sob qualquer circunstância.

Oxalá tenhamos, num futuro próximo, eleições decididas com a verdade e não com demagogia e hipocrisia. Tomará com um povo educado e sabedor de seus direitos e deveres, o voto seja no caráter, na idoneidade e no melhor currículo. Seria lindo se votássemos na melhor opção independentemente de cor, raça e credo. Importando somente o melhor para o presente e o futuro da nação.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Eduardo Suplicy, um dos melhores políticos de nossa época.

Eduardo Matarazzo Suplicy (São Paulo, 21 de junho de 1941) é economista, professor e político brasileiro. Filho do cafeicultor Paulo Cochrane Suplicy e Filomena Matarazzo (neta do conde Francesco Matarazzo), é herdeiro de uma conhecida empresa de cafés de São Paulo, o Suplicy Cafés, além de pertencer a uma tradicional família ítalo-brasileira: os Matarazzo.

Eduardo Suplicy é formado em administração de empresas na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, onde atualmente é professor titular, e em Economia na Michigan State University. Eduardo Suplicy atualmente exerce o cargo de senador do estado de São Paulo pelo PT, partido do qual foi um dos fundadores.

Suplicy casou-se com Marta Teresa Smith de Vasconcelos, mais conhecida como Marta Suplicy, bisneta e trineta dos barões de Vasconcelos, em 1964 e teve com ela três filhos: João, André e Eduardo (o cantor Supla). Em 2001 o casal divorciou-se e atualmente Eduardo tem uma nova companheira, a jornalista Monica Dallari.

Ao analisarmos sua biografia, parece-nos o caso de um político comum, importante, mas comum. Obviamente ele comete erros como todos cometem. Quem não os comete? Todos somos passíveis de cometê-los. Mas apesar de erros naturais a um ser humano, dos senadores que estão em atividade atualmente, ao lado de Paulo Paim, ele talvez seja o senador de maior prestígio. Com uma carreira pautada pela ética e por bons exemplos, Suplicy construiu, tijolo a tijolo, o seu patrimônio político.

E a ética, a moral e o respeito por seus oponentes fazem de Suplicy o único político com transito livre em todas as áreas da política brasileira. É um político que luta por São Paulo e pelo Brasil, acima de tudo. Para ele o que está em primeiro lugar é o bem estar do povo, dos menos favorecidos.

Conhecido como o político de uma proposta só, Suplicy fez do programa renda mínima sua meta de vida. Seu mote principal como político. Se todos fossem como ele, o Brasil já teria o renda mínima em pleno funcionamento e talvez a situação das famílias carentes em nosso país estivesse melhor agora. Mas isso é tema para simpósio.

Ao lado de poucos políticos, Suplicy pode ser qualificado como Social-Democrata, afinal ele preenche todos os requisitos que personificam um Social-Democrata. E os principais são: respeito à democracia, às instituições, à constituição e trabalho árduo em prol do povo, trabalho incondicional, seja para o povo carente, abastado ou mediano, pois, o Social-democrata não separa classes.

Suplicy, um dos poucos que ainda dignificam o voto de seu eleitor.

Fonte: wikipédia

EM SONHOS (Artur de Azevedo)




- Ora, sempre há sonhos muito exquisitos! - exclamou o César, logo pela manhã, quando se ergueu da cama.

- Com quem sonhaste? - perguntou D. Margarida, que ainda se achava deitada.

- Sonhei que estávamos num jardim, D. Eponina, a senhora do Sá Coelho, e eu, e que ela se atirou a mim aos beijos apertando-me nos braços dizendo que me adorava!

- E que necessidade tinha eu de saber desse teu sonho? - perguntou D. Margarida um tanto contrariada e, cá entre nós, com toda a razão.

- Oh! meu amor! Pois queres que eu tenha segredos para ti? Eu conto-te a minha vida toda, inclusive os meus sonhos!

- Pois sim, mas uma reserva natural, ou por outra, a delicadeza mais rudimentar deveria fazer com que não me contasses coisas que não me podem ser agradáveis, e cuja revelação nenhum interesse, nenhuma conveniência tem.

- Ora esta! Nunca esperei que te zangasses!.

- Não estou zangada, mas simplesmente ressentida; nenhuma esposa gosta de saber que mesmo em sonhos seu marido andou aos beijos com outra mulher!

- Em primeiro lugar, eu não beijei, fui beijado! Fui violentado!... Eu não queria!... D. Eponina caiu sobre mim com uma fúria!...

- Pois olha! Eu estou mais magoada contigo que com ela. .

- Deixa-te disso, Margarida! Os sonhos não querem dizer nada!...

- Não querem dizer nada, mas são sempre o resultado de uma impressão qualquer, recebida na vida real: se tu não tivesses tido um mau pensamento a respeito de Eponina, jamais sonharias que ela caiu sobre ti aos beijos!

- Por pouco mais, darias razão àquele fazendeiro, que mandou surrar o escravo por ter sonhado que este queria assassiná-lo!...

- Sim, tens razão, César... Sonhos são sonhos... uma tolice minha aborrecer-me por causa de uns beijos quiméricos, de que nenhuma culpa tens.

- Ora, ainda bem que te chegas à razão!.

E não se falou mais nisso: a discussão passou... como um sonho.

Três ou quatro dias depois, Margarida foi a primeira a erguer-se da cama.

- Que é isto? - perguntou César despertando. - Ergueste hoje mais cedo?

- Sim, porque estou aborrecida; tive um sonho terrível!

- Sim?... Com quem sonhaste?.

- Não quero ter segredos para meu marido: sonhei com o Braguinha!

- Com aquele patife, com aquele desavergonhado, que entendeu que podia namorar-te às minhas barbas! Pois tu sonhaste com esse homem?!.

- Sonhei; que tem isso?... Que culpa tenho eu?

- Conta-me o teu sonho.
Isso não! Tu já ficaste tão zangado sabendo que sonhei com o Braguinha; que não farias se eu te contasse o resto?!
Margarida! Nunca esperei que tu.

- Deixa-te disso!... Os sonhos não querem dizer nada. Demais, aconteceu-me o mesmo que a ti o outro dia: não beijei - fui beijada!.

O César saltou da cama furioso:

- Não calculas a vontade com que estou de quebrar a cara do Braguinha!

- Ora, aí tens! ~ exatamente o caso do fazendeiro!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Liberdade (Fernando Pessoa)


Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Uma homenagem a Didi Mocó.

Brasileiro de Sobral, 13 de janeiro de 1935. Este cearense alegrou as crianças brasileiras durante décadas. Aliás, alegra-nos até hoje. Por que não? Nome verdadeiro; Antônio Renato Aragão, ator, diretor, produtor, humorista, escritor, apresentador e cantor, famoso por liderar a série televisiva Os Trapalhões, nas décadas de 1970 e 1980. É também conhecido como Didi Mocó, ou apenas Didi, seu principal personagem. Também é advogado, formado em Direito, na Faculdade de Direito do Ceará em 1961.

Mas deixemos de lado a sua vasta biografia para focarmos o ser humano. Assim como Chico Anysio, Didi não se enquadra ao esteriótipo do migrante nordestino. Aquele migrante pobre, que vem tentar uma melhor sorte aqui no sul do Brasil. Didi foi para o Rio porque quando se trata de arte e televisão, todos procuram o eixo Rio-São Paulo. Mas chega de apresentação, ele não precisa disso.

Por muitas e muitas vezes milhões de brasileiros ficaram em frente aos aparelhos de tv. Fosse com os Insociáveis ou com Os Trapalhões, a alegria nas tardes de domingo estava garantida. Ao lado de seus amigos Zacarias, Mussum e Dedé, as brincadeiras e os apelidos se repitiam e jamais perdiam a graça. Brincadeiras simples e bobas, à Chaves, sim brincadeiras a moda Chaves, pois, os tempos eram inocentes, sem essa onda do politicamente correto que nos cerca hoje.

Quando assistimos a um programa de humor, desses novos que existem por aí, percebemos o quanto nós brasileiros perdemos com o passar dos anos. Afinal de contas, não se pode comparar um Pânico na Tv com os Trapalhões. Creio que quase todos os brasileiros tiveram o prazer de assistir pelo menos a um filme dos Trapalhões. Mas talvez este não seja o seu feito maior. O que de melhor ele poderia ter feito para as crianças pobres deste país, ele fez. O criança esperança. Sim, o criança esperança, um projeto social com vistas à melhoria de vida de crianças carentes brasileiras, promovido pela Rede Globo, inicialmente em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas Para a Infância) e atualmente com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O projeto é uma das mais bem-sucedidas marcas relacionadas a programas sociais dirigidos às crianças carentes em todo o mundo.

Alguns o chamarão de demagogo e aproveitador, mas, ao invés disso, ele é um homem solidário. Alguém que teve a coragem de empregar todo o seu prestígio num programa prioneiro no Brasil. Se o criança esperança é este sucesso de hoje, isso se deve a perseverança de Didi Mocó. Didi Mocó, um cidadão a frente de seu tempo e que já nos dá saudades mesmo sem ter se aposentado. Parabéns Didi! Você sim, é o “CARA”!

As longas colheres (Texto de Autor desconhecido)

Uma vez, num reino não muito distante daqui, havia um rei que era famoso tanto por sua majestade como por sua fantasia meio excêntrica.

Um dia ele mandou anunciar por toda parte que daria a maior e mais bela festa de seu reino. Toda a corte e todos os amigos do rei foram convidados.

Os convidados, vestidos nos mais ricos trajes, chegaram ao palácio, que resplandecia com todas as suas luzes.

As apresentações transcorreram segundo o protocolo, e os espetáculos começaram: dançarinos de todos os países se sucediam a estranhos jogos e aos divertimentos mais refinados.

Tudo, até o mínimo detalhe, era só esplendor. E todos os convidados admiravam fascinados e proclamavam a magnificência do rei.

Entretanto, apesar de primorosa organização da festa, os convidados começaram a perceber que a arte da mesa não estava representada em parte alguma.

Não se podia encontrar nada para acalmar a fome que todos sentiam mais duramente à medida que as horas passavam.

Essa falta logo se tornou incontrolável.

Jamais naquele palácio nem em todo o país aquilo havia acontecido.

A festa não parava de esforçar-se para atingir o auge, oferecendo ao público uma profusão de músicos maravilhosos e excelentes dançarinos.

Pouco a pouco o mal-estar dos espectadores se transformou numa surda mas visível contrariedade.

Ninguém no entanto ousava elevar a voz diante de um rei tão notável.

Os cantos continuaram por horas e horas. Depois foram distribuídos presentes, mas nenhum deles era comestível.

Finalmente, quando a situação se tornou insustentável, e a fome intolerável, o rei convidou seus hóspedes a passarem para a uma sala especial, onde uma refeição os aguardava.

Ninguém se fez esperar. Todos, como um conjunto harmonioso, correram em direção ao delicioso aroma de uma sopa que estava num enorme caldeirão no centro da mesa.

Os convidados quiseram servir-se, mas grande foi sua surpresa ao descobrirem, no caldeirão, enormes colheres de metal, com mais de um metro de comprimento. E nenhum prato, nenhuma tigela, nenhuma colher de formato mais acessível.

Houve tentativas, mas só provocaram gritos de dor e decepção. Os cabos desmesurados não permitiam que o braço levasse à boca a beberagem suculenta, porque não se podiam segurar as escaldantes colheres a não ser por uma pequena haste de madeira em suas extremidades.

Desesperados, todos tentavam comer, sem resultado. Até que um dos convidados, mais esperto ou mais esfaimado, encontrou a solução: sempre segurando a colher pela haste situada em sua extremidade, levou-a à ... boca de seu vizinho, que pôde comer à vontade.

Todos o imitaram e se saciaram, compreendendo enfim que a única forma de alimentar-se, naquele palácio magnífico, era um servindo o outro.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cinco brasileiros que nos dão a esperança de um Brasil melhor.


Muitos se perguntarão, por que somente cinco? São apenas cinco exemplos, cidadãos modelos. Fosse eu elencar todos os cidadãos capazes no Brasil, chagaria a uma centena de nomes. Além de Jô Soares que fala por si só, os demais brasileiros da lista merecem ser destacados, o Brasil precisa conhecê-los.

FERRÉZ


Ferréz é o nome artístico de Reginaldo Ferreira da Silva, nascido em São Paulo, 1975. É um romancista, contista e poeta. Retrata em suas obras o cotidiano da periferia das grandes cidades. Denominada literatura marginal, pois, utiliza a linguagem dos “guetos brasileiros”, em especial a linguagem da periferia paulistana. Ferréz já publicou diversos livros, mas vale destacar Capão Pecado (2005), essa obra realmente vale a leitura. É fundador do 1DaSul, grupo dedicado a promover eventos culturais em Capão Redondo, ligado ao movimento Hip Hop. Grande exemplo para nossos jovens, rapaz humilde, é uma bela prova de que o Brasil tem futuro.

JOSÉ JUNIOR


José Junior (Afroraggae), Rio de Janeiro (1968). Cantor, Compositor e Escritor. Filho de taxista e assistente de enfermagem. Fundou o jornal Afro Reggae Notícias, antes da banda e da ONG. Trabalhou como promoter de festas. Em 2003 lançou o livro "Da favela para o mundo", Aeroplano Editora (com prefácio de Zuenir Ventura), biografia da banda Afroreggae e da ONG GCAR (Grupo Cultural AfroReggae), um dos projetos sociais de viés cultural mais bem-sucedido do país, com núcleos na favela de Vigário Geral, Morro do Cantagalo e em Parada de Lucas, além de atuação constante na Cidade de Deus. Coordenador Executivo do GCAR. Seu trabalho dispensa comentários, ele é a prova viva de que nas favelas não existe apenas violência, existem seres humanos a espera de uma oportunidade.

LEONARDO SAKAMOTO

Leonardo Sakamoto (São Paulo, 1977), jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Já foi professor de jornalismo na USP e, hoje, ministra aulas na pós-graduação da PUC-SP. Trabalhou em diversos veículos de comunicação, cobrindo os problemas sociais brasileiros. É coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Com seu brilhante trabalho investigativo no combate ao trabalho escravo e na defesa das minorias, este jovem jornalista deve servir de referência para os demais colegas de profissão. Leonardo Sakamoto nos brinda com o exemplo, apesar de ideologias políticas, através do qual o jornalismo pode e deve ser pautado pela ética.

SONINHA FRANCINE

Sonia Francine Gaspar Marmo (São Paulo, 1967) é uma jornalista, apresentadora de televisão e política brasileira. Profissional capaz na área da comunicação, soninha é uma mulher batalhadora, daquelas que não fogem à luta. Muitos criticarão meus argumentos para qualificá-la como exemplo a ser seguido, pois, ela esteve envolta com dois temas polêmicos; o primeiro quando admitiu ter usado droga ilícita (sugerindo a descriminalização da maconha) e segundo ao admitir a prática de aborto na terceira gravidez. Justamente por estes exemplos eu a coloco entre os brasileiros que merecem ser seguidos. Dois temas que dispensam a hipocrisia e hipócrita ela não foi, por isso o motivo de sua menção.

JÔ SOARES

José Eugênio Soares (Rio de Janeiro, 1938), mais conhecido como Jô Soares, é um humorista, apresentador de televisão, escritor, artista plástico, dramaturgo, direto teatral, músico e ator brasileiro. O Jô dispensa comentários, o motivo de ele estar nesta lista é simples. Ele representa o que há de melhor na classe artística de nosso país. Por sua postura profissional este cidadão é um belo exemplo a ser seguido pelos novos talentos que estão desabrochando no cenário artístico brasileiro, pena que bons exemplos no Brasil, dificilmente são seguidos.

Querem barrar Monteiro Lobato em nossas escolas.

Recentemente o conselho nacional de educação publicou um parecer no diário oficial da união, nele o órgão sugere que o livro, “Caçadas de Pedrinho” (publicado em 1933), seja banido do currículo escolar brasileiro. A alegação é a seguinte; o livro possui um conteúdo fortemente racista. Sim, no livro há frases e passagens de conteúdo racista. Para os padrões de hoje pode-se afirmar até que o teor é extremamente racista.

Com o atual “politicamente correto” toda e qualquer frase na qual se tenha uma simples ilação à cor e raça pode ser qualificada como sendo racista e, portanto, abre-se uma janela para que seja toda a obra proibida. Esta política é perigosa, principalmente se levado em consideração o que aconteceu e acontece com outros povos que trilharam esse caminho. Um caminho no qual o povo se equilibra sobre o fio da navalha, uma linha muito tênue que não é salutar para o processo democrático, ainda incipiente em nosso país.

Mas Monteiro Lobato era racista e elitista como apregoam os historiadores? Pelos relatos da época, creio que sim. Em “O presidente Negro” ele expõe o que pensavam alguns pensadores do início de século. Há de se ressaltar que a grande maioria da população branca do Brasil também é racista. Se adotarmos o mesmo procedimento em relação a outros autores contemporâneos de Monteiro Lobato, haverá muitas proibições e nossos alunos terão seus direitos tolhidos, direito ao saber, direito de conhecerem um vasto universo literário. Sim, pois, todos nós temos esse direito. Precisamos conhecer para podermos ter o poder do discernimento.

Se o saudoso Mussum estivesse entre nós, talvez os guardiões do politicamente correto o proibissem de atuar ao lado de Didi, já que as brincadeiras em relação à cor de Mussum e à origem nordestina de Didi se sucediam, claro havia piadinhas em relação à condição sexual de Dedé, lembram-se. Passei a minha infância, adolescência e juventude apreciando as obras de Monteiro Lobato e me esbaldando com as peripécias dos Trapalhões. O mais engraçado de tudo isso é o fato de que eu não me tornei um racista preconceituoso. A própria bíblia seria barrada nas catequeses e escolas dominicais. Na bíblia a discriminação contra a mulher é gritante para os padrões atuais.

Não podemos medir o que foi escrito no passado pelo que é regra hoje, isso é impossível. É aconselhável a boa educação, de maneira apropriada, aos nossos jovens. O cerne da questão está na educação familiar, nos bons exemplos passados de pais para filhos. Com uma educação pautada no amor, carinho e respeito pelo próximo, nossos filhos e netos terão condições de diferenciar o certo do errado. Mas a escola tem a obrigação de mostrar-lhes o que há de melhor na literatura mundial.

O ministro Fernando Haddad, felizmente, determinou uma ampla discussão sobre o tema e sugeriu apenas um alerta sobre o conteúdo racista. Devo admitir que o ministro Fernando Haddad subiu uns pontinhos no conceito. Portanto, sem talibans em nossas vidas, big brother só na TV. Para quem ainda não leu Monteiro Lobato, fica uma sugestão para 2011 e tire suas próprias conclusões. Façamos como o ministro, chega de paranóia.

Os políticos são o espelho da sociedade.

      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...