domingo, 11 de dezembro de 2016

Os políticos são o espelho da sociedade.




      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidencialista ou parlamentarista. O nosso problema está no cerne da sociedade. Está em seus valores morais e éticos. Costumo dizer que os políticos são o espelho da sociedade, não há como fugir disso,

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ciclista Não É Partido Político







Não sou contra as ciclovias, muito pelo contrário, até as acho necessárias, são boas para a cidade de São Paulo. Aliás, devem ser vistas com bons olhos em todas as cidades do Brasil e do mundo. Pois bem, o projeto é bom, sua implementação, porém, não deve acontecer de forma atabalhoada. Há de se respeitar os limites da cidade. Não adianta pegar um galão de tinta e sair por aí pintando ruas e calçadas sem planejamento adequado. O pior de tudo é gastar milhões em ciclovias de regiões nobres da cidade. Uma verba que o município não dispõe para gastar, pois há questões mais importantes a serem resolvidas, as creches, por exemplo.



Posto isso, a despeito do que eu ache ou deixe de achar, deve haver afabilidade entre os cidadãos. É preciso deixar o partidarismo de lado. Sim, partidarismo. Nada a ver com ideologia. Fosse a ciclovia carro-chefe de outro partido, os partidários do partido que hoje gere a cidade fariam mesma coisa, xingariam, reclamariam etc.



O embate ideológico, portando, é conversa fiada. Engodo para inglês ver. Tomemos o caso da famigerada CPMF, PT e PSDB estiveram sempre de lados opostos. Detalhe, o imposto sempre foi o mesmo. Se bem que falar em ideologia quando estão envolvidos PT e PSDB, bem, deixa pra lá.



É isso, sem me alongar mais no tema, não podemos transferir a "ira" contra os ciclistas. São tão cidadãos quanto os demais.


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A Presidente ou a Presidenta? Eis a questão.



Bem, pelo que quase todos nós sabemos as palavras com a terminação - nte, de origem latina, têm forma fixa, isto é, são substantivos de dois gêneros, portanto, iguais tanto para o masculino quanto para o feminino, mudando somente o artigo, exemplos: o/a gerente, o/a dirigente, o/a pagante, o/a pedinte. Em certos casos, porém, podemos utilizar as formas femininas, em que o “e” pode ser substituído pelo “a”. Clienta, por exemplo, é um substantivo que pode ser empregado nas duas formas: “a cliente” ou “a clienta”. Presidenta, grande polêmica, também é uma das exceções à regra. Podemos dizer e escrever “a Presidente” ou “a Presidenta”, ambas sem o menor constrangimento.


Para que não paire nenhuma dúvida, a forma presidenta é aceita e está registrada no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), da ABL, pelo menos desde a edição de 1998, e também em várias gramáticas. Apenas era mais usual em Portugal. Em artigo escrito pelo imortal acadêmico e gramático Evanildo Bechara, publicado em jornal de grande circulação (O Dia), podemos ler: "(...) A língua permitirá "a presidente" ou "a presidenta" em referências à nova ocupante do cargo (...). Os nomes terminados em -e são mais resistentes a uma regra gramatical na formação do feminino. "Mestre/Mestra", "parente/parenta", "infante/infanta" são correntes, e não doem no ouvido; mas tal facilidade não se dá com "ouvinte", "estudante", "amante" e muitos outros. O repertório lexical que regula ocorrências nos mostra a presença de "a presidente" com um pouco mais frequência do que "a presidenta". Com "vice-" a forma vitoriosa é "presidente" sobre "presidenta" (7/11/2010)". – Para não deixar dúvidas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A Sétima Arte está de luto, morreu Robin Williams



Robin Williams, um grande ator e um grande comediante estadunidense, faleceu na segunda-feira, 11 de agosto. Seus papéis no cinema foram, na sua maioria, memoráveis. Ficou famoso por atuações em filmes como "Patch Adams - O Amor é Contagioso" e "Sociedade dos Poetas Mortos". Uma Pena, ele tinha somente 63 anos, portanto, havia muita lenha para queimar. O vício a depressão, no entanto, não permitiram que ele continuasse na luta. Tudo indica que Robin Williams tenha cometido suicídio. Às vezes nem toda a fama e sucesso do mundo podem nos trazer felicidade e vontade de viver. Foi que aconteceu com ele, infelizmente. Descanse em paz, querido Williams. Você ficará em nossas memórias.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

The Normal Heart, deixe o preconceito de lado e assista.



Eu estava fuçando os canais pagos à procura de um bom filme, não é sempre que se consegue encontrar um bom filme nos canais pagos, por incrível que pareça, pois bem, encontrei um que vale a pena perder uns minutinhos para assistir. O filme em questão é “The Normal Heart”, uma produção de 2014. Um belo filme, muito bem construído, ótimo roteiro e excelentes atores, menção especial para Julia Roberts e Mark Ruffalo. Um filme feito para a televisão, dos canais HBO, porém, essa obra merecia uma exibição na telona, indubitavelmente.

Ned Weeks (Mark Ruffalo) é um escritor e seu namorado Felix (Matt Boomer) contrai o vírus da AIDS, portanto, nota-se a temática gay. Mas atenção: “The Normal Heart” é um filme baseado em fatos reais. A história toda se passa em torno do casal e sua luta contra o preconceito e a discriminação.  Need Weekes tem como sua principal bandeira mostrar para o mundo que a doença não deve ser vista como um "câncer gay", ideia comprada pela médica cadeirante Emma Brokner (Julia Roberts), que passa a agitar a causa dentro da comunidade científica.

Sem mais delongas, é um filmaço!


terça-feira, 3 de junho de 2014

Prece do Brasileiro (Carlos Drummond de Andrade)




Meu Deus,
só me lembro de vós para pedir,
mas de qualquer modo sempre é uma lembrança.
Desculpai vosso filho, que se veste
de humildade e esperança
e vos suplica: Olhai para o Nordeste
onde há fome, Senhor, e desespero
rodando nas estradas
entre esqueletos de animais.
Em Iguatu, Parambu, Baturité,
Tauá
(vogais tão fortes não chegam até vós?)
vede as espectrais
procissões de braços estendidos,
assaltos, sobressaltos, armazéns
arrombados e – o que é pior – não tinham nada.
Fazei, Senhor, chover a chuva boa,
aquela que, florindo e reflorindo, soa
qual cantata de Bach em vossa glória
e dá vida ao boi, ao bode, à erva seca,
ao pobre sertanejo destruído
no que tem de mais doce e mais cruel:
a terra estorricada sempre amada.
Fazei chover, Senhor, e já! numa certeira
ordem às nuvens. Ou desobedecem
a vosso mando, as revoltosas? Fosse eu Vieira
(o padre) e vos diria, malcriado,
muitas e boas… mas sou vosso fã
omisso, pecador, bem brasileiro.
Comigo é na macia, no veludo/lã
e matreiro, rogo, não
ao Senhor Deus dos Exércitos (Deus me livre)
mas ao Deus que Bandeira, com carinho
botou em verso: “meu Jesus Cristinho”.
E mudo até o tratamento: por que vós,
tão gravata-e-colarinho, tão
vossa excelência?
O você comunica muito mais
e se agora o trato de você,
ficamos perto, vamos papeando
como dois camaradas bem legais,
um, puro; o outro, aquela coisa,
quase que maldito
mas amizade é isso mesmo: salta
o vale, o muro, o abismo do infinito.
Meu querido Jesus, que é que há?
Faz sentido deixar o Ceará
sofrer em ciclo a mesma eterna pena?
E você me responde suavemente:
Escute, meu cronista e meu cristão:
essa cantiga é antiga
e de tão velha não entoa não.
Você tem a Sudene abrindo frentes
de trabalho de emergência, antes fechadas.
Tem a ONU, que manda toneladas
de pacotes à espera de haver fome.
Tudo está preparado para a cena
dolorosamente repetida
no mesmo palco. O mesmo drama, toda vida.
No entanto, você sabe,
você lê os jornais, vai ao cinema,
até um livro de vez em quando lê
se o Buzaid não criar problema:
Em Israel, minha primeira pátria
(a segunda é a Bahia)
desertos se transformam em jardins
em pomares, em fontes, em riquezas.
E não é por milagre:
obra do homem e da tecnologia.
Você, meu brasileiro,
não acha que já é tempo de aprender
e de atender àquela brava gente
fugindo à caridade de ocasião
e ao vício de esperar tudo da oração?
Jesus disse e sorriu. Fiquei calado.
Fiquei, confesso, muito encabulado,
mas pedir, pedir sempre ao bom amigo
é balda que carrego aqui comigo.
Disfarcei e sorri. Pois é, meu caro.
Vamos mudar de assunto. Eu ia lhe falar
noutro caso, mais sério, mais urgente.
Escute aqui, ó irmãozinho.
Meu coração, agora, tá no México
batendo pelos músculos de Gérson,
a unha de Tostão, a ronha de Pelé,
a cuca de Zagalo, a calma de Leão
e tudo mais que liga o meu país
e uma bola no campo e uma taça de ouro.
Dê um jeito, meu velho, e faça que essa taça
sem milagres ou com ele nos pertença
para sempre, assim seja… Do contrário
ficará a Nação tão malincônica,
tão roubada em seu sonho e seu ardor
que nem sei como feche a minha crônica.

Os políticos são o espelho da sociedade.

      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...